O envelhecimento tem sido definido das mais diferentes formas por vários autores. Alguns visualizam o envelhecimento como um processo biológico, outros mais como um processo patológico ou como um processo sócio-econômico ou psicossocial. Se analisarmos em termos de conseqüências cronológicas ou psicológicas do envelhecimento encontraremos uma grande variação entre indivíduos, que afetam a definição do envelhecimento. Fica óbvio que a idade é de qualquer modo um limite arbitrário, uma vez que o envelhecimento é um processo contínuo, não se iniciando em nenhuma idade ou momento particular.
Um dos principais critérios utilizados para se identificar um idoso bem sucedido é pela manutenção por toda sua vida de sua dentição natural, saudável e funcional, incluindo todos os aspectos sociais e benefícios biológicos, tais como a estética, o conforto, a habilidade para mastigar, sentir sabor e falar (ETTINGER -1987) (KIYAK & MULLIGAN - 1987).
Realmente, pode-se verificar que, diretamente relacionados à odontologia, poucos são os estudos direcionados especificamente aos problemas bucais dos indivíduos idosos. A produção científica nacional nesse campo é bem escassa, porém nos EUA, Canadá, e em alguns países Europeus, a cada ano surgem novos trabalhos relativos a essa área de conhecimento.
Assim como todo o organismo, as estruturas orais sofrem ação do envelhecimento e os tecidos da cavidade oral refletem as alterações da idade.
Os dentes diferem-se dos demais componentes calcificados do esqueleto por sua interação com o meio externo e pela ausência de intercâmbio químico ativo, que constitui parte da fisiologia básica do osso. Várias são as adaptações fisiológicas que se processam durante o ciclo da dentição normal, tais como:
- o desvio mesial dos dentes provocado pelas forças de oclusão;
- as alterações de côr com a idade, tornando os dentes mais escuros, com tonalidades de amarelo, castanho e cinza;
- um certo grau de atrição provocado pela mastigação ou por hábitos viciosos, tais como o bruxismo;
- mineralização dos canalículos dentinários por calcificação progressiva, com conseqüente redução de permeabilidade e aumento no limiar de sensibilidade à dor nos dentes de pessoas idosas;
- redução da câmara pulpar, devido à contínua deposição de dentina nas paredes internas da câmara durante toda a vida de um dente normal.
Esta dentina depositada continuamente pela polpa dental reduz o tamanho da câmara pulpar - é conhecida como dentina secundária normal - se forma lentamente e se distribui sobre as paredes internas da câmara pulpar, tanto da coroa quanto da raiz, variando entretanto conforme a localização do dente. Desse modo o elemento dentário pode, conforme a idade, ter quase que totalmente obliterados os seus canais radiculares, apresentando uma situação caracteristicamente denominada por alguns autores como "canais atresiados".
Os tecidos de suporte, conhecidos como tecidos periodontais, sofrem uma descrição clássica de retração da superfície dentária. A estrutura do tecido gengival clinicamente saudável não apresenta alterações de epitélio relacionadas com a idade, entretanto a submucosa revela uma redução na celularidade, com aumento na textura do tecido fibroso.
A mucosa oral reflete, com o tempo, numerosos processos de envelhecimento. Nas regiões onde há ceratinização normal do epitélio, encontramos um espessamento com a senescência, associado a uma redução na espessura da camada basal. Nas áreas onde não há ceratose, o epitélio senil adelgaçado torna-se mais vulnerável aos traumas. Associada à redução de espessura, a densidade celular é mais elevada na mucosa de pacientes idosos, sugerindo uma desidratação tecidual progressiva, por perda de água intracelular.
Na língua, com a idade, costumam aparecer certas alterações nas estruturas básicas e as alterações na superfície por perda das papilas são facilmente identificadas. É comum verificar-se a atrofia das papilas filiformes do dorso da língua, conferindo um aspecto liso e acetinado a sua superfície, e a atrofia de dois terços das papilas circunvaladas na velhice, podendo ocorrer ainda a fissuração da língua, particularmente após os 60 anos, associada ao desenvolvimento de varicosidade nodular na superfície ventral, afetando o sistema nervoso superficial. Essas alterações provocam uma diminuição no sentido do paladar, com uma conseqüente perda do apetite, e que pode resultar em problemas nutricionais.
Os dentes diferem-se dos demais componentes calcificados do esqueleto por sua interação com o meio externo e pela ausência de intercâmbio químico ativo, que constitui parte da fisiologia básica do osso. Várias são as adaptações fisiológicas que se processam durante o ciclo da dentição normal, tais como:
- o desvio mesial dos dentes provocado pelas forças de oclusão;
- as alterações de côr com a idade, tornando os dentes mais escuros, com tonalidades de amarelo, castanho e cinza;
- um certo grau de atrição provocado pela mastigação ou por hábitos viciosos, tais como o bruxismo;
- mineralização dos canalículos dentinários por calcificação progressiva, com conseqüente redução de permeabilidade e aumento no limiar de sensibilidade à dor nos dentes de pessoas idosas;
- redução da câmara pulpar, devido à contínua deposição de dentina nas paredes internas da câmara durante toda a vida de um dente normal.
Esta dentina depositada continuamente pela polpa dental reduz o tamanho da câmara pulpar - é conhecida como dentina secundária normal - se forma lentamente e se distribui sobre as paredes internas da câmara pulpar, tanto da coroa quanto da raiz, variando entretanto conforme a localização do dente. Desse modo o elemento dentário pode, conforme a idade, ter quase que totalmente obliterados os seus canais radiculares, apresentando uma situação caracteristicamente denominada por alguns autores como "canais atresiados".
Os tecidos de suporte, conhecidos como tecidos periodontais, sofrem uma descrição clássica de retração da superfície dentária. A estrutura do tecido gengival clinicamente saudável não apresenta alterações de epitélio relacionadas com a idade, entretanto a submucosa revela uma redução na celularidade, com aumento na textura do tecido fibroso.
A mucosa oral reflete, com o tempo, numerosos processos de envelhecimento. Nas regiões onde há ceratinização normal do epitélio, encontramos um espessamento com a senescência, associado a uma redução na espessura da camada basal. Nas áreas onde não há ceratose, o epitélio senil adelgaçado torna-se mais vulnerável aos traumas. Associada à redução de espessura, a densidade celular é mais elevada na mucosa de pacientes idosos, sugerindo uma desidratação tecidual progressiva, por perda de água intracelular.
Na língua, com a idade, costumam aparecer certas alterações nas estruturas básicas e as alterações na superfície por perda das papilas são facilmente identificadas. É comum verificar-se a atrofia das papilas filiformes do dorso da língua, conferindo um aspecto liso e acetinado a sua superfície, e a atrofia de dois terços das papilas circunvaladas na velhice, podendo ocorrer ainda a fissuração da língua, particularmente após os 60 anos, associada ao desenvolvimento de varicosidade nodular na superfície ventral, afetando o sistema nervoso superficial. Essas alterações provocam uma diminuição no sentido do paladar, com uma conseqüente perda do apetite, e que pode resultar em problemas nutricionais.
A perda de apetite em idosos tem sido geralmente relacionada à ausência de elementos dentários e ao uso de próteses totais (CARLSSON - 1994). De fato se observa que indivíduos portadores de próteses totais têm somente 1/6 da eficiência da mordida de pessoas com dentes naturais (KAPUR & SOMAN - 1964). Deste modo, pessoas com próteses totais tendem a consumir alimentos macios, facilmente mastigáveis, pobres em fibras e, geralmente, com baixa densidade nutricional (GEISSLER & BATES - 1984). Entretanto, além dos fatores bucais, que são a causa primária das deficiências nutricionais em idosos, muitos outros fatores adversos afetam a seleção dietética desses indivíduos, tais como fatores psicológicos, farmacológicos e ainda desordens gastrointestinais (LAURIN & cols. - 1992).
A medicina e a odontologia têm sido distintamente separadas como práticas por mais de um século. A recente mudança que se observa no perfil demográfico da população sem dúvida promoverá mudanças no perfil dessas profissões, que deverão desenvolver mais as atividades de colaboração interprofissionais e de educação mútua. Essa nova escola médica e odontológica, baseada em programas geriátricos para médicos e dentistas, será apenas um primeiro passo da longa estrada do conhecimento dos cuidados de saúde para os idosos, que crescerá juntamente com o esperado aumento da população da terceira idade.
Ótima matéria!
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