Prosseguindo com as histórias, relato mais algumas memórias dos meus queridos amigos idosos e os colaboradores da comunidade do sul do meu Brasil.
A convivência com os iguais se torna bem mais amena, fica mais fácil quando se têm os mesmos objetivos, o mesmo foco e os mesmos receios.
"A vida ficou mais divertida, a gente não ia mais a bailes, a festas e agora fica mais à vontade junto com o grupo; todo mundo é amigo... hoje em dia o contar de história se perdeu um pouco, antigamente não tinha música, tinha menos barulho e menos opções de lazer, então as histórias surgiam livremente no grupo, hoje o pessoal prefere mais a dança, a diversão e as histórias ficaram um pouco esquecidas. Mas tem muitas coisas boas que acontecem e se preservam as memórias, tem os encontros com outros grupos, de outros municípios, sempre fica na história. Nestes encontros quando visitamos outros grupos, eles vêm nos encontrar na porta e nos levam nas mesas já reservadas pra nós, eles vem com
gaiteiro e nos levam até a mesa com música, cantando e acomodam a gente nos lugares reservados. É muito bom... a gente se sente valorizado" assim falam Dália, 63 anos e seu esposo Crisântemo, 65 anos. *
No caso do grupo estudado, verificamos que o fator bem-estar está intimamente ligado ao fato de sentirem-se valorizados e úteis aos seus familiares e à sua comunidade, e também a uma percepção de suporte social adequado.
Observamos no grupo estudado que eles têm muito orgulho de fazer parte do grupo de idosos, sentem-se felizes de poder realizar viagens com seus contemporâneos, seja para visitar outros grupos de iguais ou para algum ponto turístico da região. Sendo habitantes de um município cuja principal atividade é a agropecuária, formado de pequenas propriedades rurais, muitos destes idosos, antes de fazer parte do grupo de convivência, nunca haviam tido a oportunidade de viajar e conhecer novos lugares, seja pela condição financeira ou mesmo pela falta de iniciativa e de visão de que fora de sua cidade e das cidades vizinhas, havia coisas novas para conhecer e aprender e que seria uma nova forma de aprendizado e de lazer ao alcance de sua mão.
Segundo um dos colaboradores do projeto a interação que o grupo proporciona é muito importante e nos dia que "...o idoso, principalmente os do interior do município, naturalmente, se afastam um pouco da sede, da cidade, e estes encontros do grupo faz com que eles participem mais e se integrem com os demais. Estão saindo um pouco de suas comunidades, porque se não for assim, acaba indo à cidade apenas para retirar sua aposentadoria, isso quando um filho não recebe por procuração. A gente fica um pouco mais tranqüilo porque quando for velho, estamos colaborando para que nossa velhice seja mais tranqüila, com uma qualidade de vida melhor, com os direitos garantidos para se tenha uma vida mais digna. Estou um pouco distante de ser idoso ainda (risos...), mas me preocupo com a questão de como estará este planeta quando estarei idoso, mas, apesar da evolução, o idoso de 20 anos atrás não era tão informado, o de hoje tem muito mais informação (Girassol, 35 anos)*.
* Nome fictício
Aguardem as próximas postagens para saber mais. Caso alguém tenha interesse no conteúdo completo da pesquisa, entre em contato através do meu e-mail.
Beijos a todos. Fiquem com Deus!
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Mari Salete Oldoni. Tecnologia do Blogger.
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